quinta-feira, maio 25, 2006


XXXV


A Saudade quando existe é a Solidão num fim de tarde. As SS de um regime implacável. Não vale a pena tentar ignorar um oásis porque, mais cedo ou mais tarde, mais sede e mais arde. Todo o deserto dos teus dias contido na casca de um coco. Chamar a isso felicidade é não ter ambição mas, ter coragem. Palavras com o mesmo numero de letras e o mesmo peso na balança das realidades intocáveis.

Disse-me isto Lisa, encostada ao vidro da janela do meu quarto, olhando a chuva, produto concreto de funerais celestes. Tem chovido muito na minha aldeia. Há cheias que deixam a as ruas da minha aldeia vazias. Como se fosse feriado. Como se tivesse morrido uma nuvem muito importante e o presidente dos céus tivesse decretado que o mundo podia afogar a sua mágoa durante dias nas ruas alagadas.

Preciosa com os pés de molho.
A minha mãe tem um problema de calos.
A dona Irfanha fala e o corpo da minha mãe cala-se.

Vou dar um passeio, preciosa, está um dia tão lindo lá fora.
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